O Cemitério de Pianos


Foi ontem, pelas 8h30 ao chegar à Estação do Colégio Militar, que terminei de ler o livro "Cemitério de Pianos".


Li este livro porque queria ver com escreve um dos jovens escritores portugueses mais falados.


Gostei bastante.


O que mais gostei foi o caos cronológico, e o facto de haverem dois narradores que se vão alternando na descrição dos seus vários tempos, por vezes coincidentes.


Inspirado na figura de Francisco Lazaro, um português que faleceu quando corria a maratona dos Jogos Olimpicos de Estocolmo, José Luis Peixoto criou uma história onde introduziu inúmeras realidades e temáticas, que nada tem a ver com o verdadeiro Francisco Lazaro excepto o facto de falecer na maratona de Estocolmo.


Para mim, o autor falha apenas na medida em que quis abordar demasiados temas, acabando por não abordar nenhum deles em concreto. Penso que isso possa ter a ver com a sua juventude, certamente vai evoluir como escritor. A violência doméstica, o adultério, a obesidade morbida, o arrependimento, a morte, o nascimento, a reciclagem das gerações, todos se cruzam numa história bem contada, especialmente na originalidade em como é contada.


Originalidade pelo menos para mim que nunca tinha lido nada assim, mas já ouvi dizer que um dos principais inspiradores do José Luis Peixoto é o Lobo Antunes, e eu lamentavelmente nunca li nada do Lobo Antunes ( A propósito, as melhoras António Lobo Antunes. Que venças a doença e voltes a fazer aquilo que mais gostas, escrever.)


Assim sendo, O Cemitério de Pianos leva um 14.

2 comentários:

chamsun disse...

então e conta lá que tema gostavas de ver mais concretamente desenvolvido?

Caracol disse...

Qualquer dos temas seria interessante. Aquilo que me parece é que com a dispersão de temáticas nenhuma delas acabou por ser abordada em profundidade.
E eu prefero ler um livro com um temática bem abordada do que com dez temáticas abordadas "pela rama".